Tarcísio volta a criticar câmera em uniforme, apesar de resultado comprovado, e diz não se preocupar com mortes causadas por PMs
Pré-candidato ao governo de São Paulo pelo Republicanos afirmou que está ‘preocupado com a letalidade dos bandidos’. Tecnologia de câmeras nos uniformes dos PMs de SP reduziu letalidade policial em 46% no ano passado.
Rota, tropa mais letal da PM de SP, vai usar pela 1ª vez câmera nos uniformes policiais, como mostra policial militar feminina acima de outro batalhão — Foto: Marcelo S. Camargo/Frame/Estadão Conteúdo (Arquivo) e Divulgação PM de SP
O pré-candidato ao governo de São Paulo, Tarcísio Gomes de Freitas (Republicanos) voltou a criticar as câmeras portáteis nos uniformes de policiais militares do estado em evento nesta quarta-feira (1º).
Apesar dos indicadores que mostraram redução de 46% na letalidade policial após a adoção do equipamento, o candidato declarou que não está “preocupado” com as mortes causadas por PMs e, sim, com a “letalidade dos bandidos”.
“Todo mundo me confronta: ‘Ah, mas a letalidade policial diminuiu’. Não estou preocupado com a letalidade policial, estou preocupado com a letalidade do bandido. As pessoas estão sendo abordadas na rua”, disse Tarcísio de Freitas.
A declaração ocorreu durante um debate sobre plano de governo promovido pelo Sindicato dos Hospitais, Clínicas e Laboratórios do estado de São Paulo (SindHosp) na capital paulista na tarde desta quarta.
O pré-candidato Tarcísio de Freitas (Republicanos) durante evento promovido pelo SindHosp em São Paulo — Foto: Gérson Areias/Divulgação
Ao abordar o tema segurança pública, Tarcísio voltou a dizer que “a câmera precisa ser reavaliada” enquanto política pública.
“Como toda politica publica, a câmera precisa ser reavaliada, porque você tem 350 mil condenados perambulando pelo estado de São Paulo, sem nenhum tipo de monitoramento. Em vez de monitorar o bandido, eu preferi monitorar o policial?”, questionou Tarcísio.
O pré-candidato defendeu ainda que o custo de uma tornezeleira eletrônica é menor do que o das bodycams usadas pelos policiais do estado de São Paulo.
“O problema é que o policial fica com medo de atuar, inibido para atuar”, defendeu.
Câmeras para policiais
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Com câmeras em uniformes, número de mortes decorrentes da atividade policial caiu 46% em SP
A Polícia Militar do estado de São Paulo deverá ter, até o final do ano, 10 mil câmeras portáteis nos uniformes de seus policiais para tentar conter eventuais desvios de conduta, abusos de autoridade e violência policial.
Os equipamentos que gravam interruptamente começaram a ser usados pela primeira vez em junho de 2021. Eles são chamados de Câmeras Operacionais Portáteis (COP).
Atualmente, segundo a Secretaria da Segurança Pública, mais de 5.600 câmeras corporais em funcionamento.
Policial militar usa câmera nova que será usada pela corporação para gravar ininterruptamente o trabalho policial durante 12 horas de serviço em São Paulo — Foto: Divulgação/PM de SP
Ainda de acordo com a pasta, o investimento para utilização das câmeras, incluindo toda a infraestrutura necessária ao funcionamento do sistema, é de R$ 786 por câmera por mês, para um contrato de 30 meses.
Mais de 18 batalhões paulistas utilizam as câmeras durante o trabalho policial, que inclui patrulhamentos nas ruas, abordagens e até perseguições a suspeitos.
Desde que eles passaram a usar os equipamentos, em junho do ano passado, até setembro, o número de mortes decorrentes da atividade policial caiu 46% em todo o estado, na comparação com o mesmo período de 2020.
Além da capital, batalhões de mais sete cidades do estado já possuem as câmeras: São Bernardo do Campo, Carapicuíba, Sumaré, São José dos Campos, Campinas, Guarujá e Santos. Com a aquisição de mais equipamentos, outros municípios também passarão a contar com eles.
Fonte: G1