Evento em São Paulo aproxima investidores de empreendedores de comunidades

A Expo Favela busca ideias criativas que precisam de recursos para serem financiadas. As inscrições terminam na terça-feira (22).


Expo Favela vai aproximar investidores de empreendedores de comunidades pobres

Expo Favela vai aproximar investidores de empreendedores de comunidades pobres

Um evento em São Paulo vai aproximar investidores de empreendedores de comunidades pobres.

Para usar um termo do glossário da tecnologia, o centro financeiro do país se prepara para um evento “disruptivo“: o nome que se dá para tudo o que rompe com padrões pré-estabelecidos – o adjetivo perfeito para uma exposição para investidores do asfalto da inovação que se faz na favela.

Seja em Alagoas:

“A gente faz a doação de hortas para pessoas de periferia em situação de vulnerabilidade socioeconômica para que elas consigam ter uma nova oportunidade de vida, uma nova perspectiva de vida através do que a gente faz”, afirma a empreendedora Liliane Vicente dos Santos.

Ou na Grande São Paulo:

“A gente forma desenvolvedores de áreas urbanas de baixa renda e pessoas que já passaram por privação de liberdade, trazendo a oportunidade na área de tecnologia da informação para essas pessoas, que estão agora pós-qualificadas, entrarem no mercado de trabalho como desenvolvedoras”, ressalta o empreendedor social Alan Correia de Almeida.

Pessoas que já passaram por privação de liberdade é igual a ex-detentos. Fabiana Couvafpe Lima, agora programadora, passou dez anos na prisão.

“A minha vida foi bem difícil desde a minha infância. Então, a programação é difícil, é um labirinto, é resolver problemas, e é isso que a gente faz. O ser humano resolve problemas, ele tem dificuldade na vida em todas as questões, educação, família, cultura, enfim. E a programação representa a minha vida”, enfatiza.

Uma startup que quer resolver o problema de um mercado que precisa de profissionais qualificados e a dor de pessoas que precisam de um futuro.

“Eu estou me vendo lá no pódio, porque, querendo ou não, é uma área que eu pensava que eu não ia conseguir me sair bem nela. Mas, depois, aos poucos, é tipo um quebra-cabeça. Você entra, você sabe que é difícil, mas aquela dificuldade faz você se jogar na matéria”, destaca a programadora Rosenilda Graciane dos Santos.

Procuram-se ideias criativas em todo o Brasil. As inscrições para o evento, marcado para abril, terminam na terça-feira (22) e podem ser feitas pela internet.

A imagem da periferia ficou muito ligada à carência. Um lugar onde faltam infraestrutura urbana, emprego, qualidade de vida. Mas não só. Lá também sobram boas ideias e gente com espírito empreendedor, com desejo de criar um negócio próprio, inovador, de impacto social e encurtar a distância até o centro, onde estão os investidores, promete.

“As pessoas que vivem em favela são empreendedoras. É uma vocação natural de quem mora em favela, e as pessoas nem usam esse termo. Usam: ‘Eu me viro’, ‘Eu dou meus pulos’, ‘Eu faço o meu corre’. Nós queremos apresentar esses negócios e também outros negócios de tecnologia para uma série de outros empreendedores do asfalto de alta renda que também querem, muitas vezes, investir nessas pessoas, nesses negócios, nessas oportunidades e não acabam encontrando esses moradores de favelas, porque não frequentam esses lugares. A gente vai estar trazendo a favela para o asfalto, para que as pessoas possam ter a oportunidade de conhecer a favela fora dela”, explica Celso Athayde, criador da Expo Favela.

Fonte: G1

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