Morre João Carlos di Genio, fundador do grupo Unip/Objetivo, aos 82 anos
Após passar em 1º lugar em medicina em 2 faculdades, Di Genio fundou o próprio curso preparatório com colegas da USP. Ele dizia que ‘inteligência e os talentos deveriam ser tratados como a riqueza de um país’.
Morre João Carlos di Genio, fundador do grupo Unip/Objetivo, aos 82 anos
João Carlos di Genio, fundador de um dos maiores grupos de educação privada no país, o Unip/Objetivo, morreu de causas naturais no sábado (12), aos 82 anos, em sua casa no bairro paulistano dos Jardins.
Di Genio, que faria 83 anos no próximo dia 27, deixou esposa e três filhos adolescentes. Ele será velado no centro da capital paulista.
O professor e fundador da Unip João Carlos Di Genio morre aos 82 anos em SP — Foto: Divulgação UNIP
De estudante a professor
Em 1961, Di Genio passou em 1º lugar em medicina – em duas universidades, entre elas a concorrida Universidade de São Paulo (USP) –, o que causou bastante furor à época.
Ainda estudante, ele passou a dar aulas de física em um curso preparatório para os vestibulares de medicina.
Foi no Cescem que ele se descobriu professor, e mesmo após formar-se como médico, Di Genio escolheu continuar nas salas de aula.
Professor João Carlos di Genio em sala de aula em foto sem data — Foto: Cortesia/Unip
Nascimento do Objetivo
Em dezembro de 1965, Di Genio e alguns professores e estudantes de medicina da USP – como Dráuzio Varella, Roger Patti e Tadasi Itto – decidiram abrir o próprio curso e o batizaram de Objetivo.
O Colégio Objetivo foi fundado em 1971 e, no ano seguinte, foram criadas as faculdades Objetivo.
Em 1988, elas foram transformadas na Universidade Paulista (Unip) – que hoje acolhe mais de 200.000 alunos de ensino superior em diversas áreas, incluindo o recente curso de medicina.
Alunos em frente à Unip de Ribeirão Preto em 12 de janeiro de 2022 — Foto: Érico Andrade/g1
‘Riqueza do país’
Di Genio tinha especial cuidado com crianças que, assim como ele, têm QI elevado, são superdotadas ou altamente habilidosas.
Segundo dizia, a “inteligência e os talentos deveriam ser tratados como a riqueza de um país”.
“Di Genio era um homem completamente focado, e ele foi um inovador”, disse Dráuzio Varella, médico e amigo de Di Genio. “Ele sempre esteve à frente, pensando para onde ia a educação”.
Além disso, ele advogou pela inclusão de estudantes com deficiência na sala de aula, e acolheu alunos com as mais diversas síndromes e dificuldades.
Alunos do Colégio Objetivo em Valinhos durante aula de ciências — Foto: Crédito: Divulgação / Colégio AESC Objetivo Valinhos
Talento e inovação
Entre as décadas de 1970 e 1980, Di Genio criou um centro de pesquisa e tecnologia e o Programa Objetivo de Incentivo ao Talento (POIT) que oferece cursos de robótica, arte, criatividade, para crianças.
Por conta do POIT, o Objetivo foi reconhecido e passou a integrar – como 1ª instituição brasileira – o Conselho Mundial para Superdotados.
Além disso, ele criou o Teatro-laboratório – uma mistura no palco de tecnologia, arte e ciência.
Professor João Carlos di Genio em oficina de robótica em foto sem data — Foto: Cortesia/Unip
Pioneiro e com os olhos sempre para o futuro, Di Genio apostou no ensino remoto e à distância ainda nos anos 90, quando começou a transmitir aulas em satélite.
Ainda na década de 1990, com a ampliação do acesso à internet no país, as aulas também foram levadas para esta plataforma.
Fonte: G1