Novas internações por Covid caem em SP pela 1ª vez desde a chegada da ômicron, mas nº de internados ainda é o maior desde agosto

Apesar da melhora nas novas internações na última semana, sistema de saúde segue pressionado. Estado possui 3.996 pessoas internadas em UTI.


Leitos de UTI para Covid em São Paulo, em imagem de 25 de janeiro.  — Foto: Reprodução/TV Globo

Leitos de UTI para Covid em São Paulo, em imagem de 25 de janeiro. — Foto: Reprodução/TV Globo

As novas internações por Covid-19 no estado de São Paulo começaram a cair na última semana pela primeira vez desde a explosão de novos casos da doença provocada pela variante ômicron. Apesar do indício de melhora, o sistema de saúde segue pressionado, e o total de internados em Unidades de Terapia Intensiva (UTI) ainda é o maior desde agosto de 2021.

A média móvel de novas internações por Covid no estado em leitos de enfermaria e UTI é de 1.362 nesta quinta-feira (3), valor 9,5% menor do que as 1.504 internações registradas na quinta-feira anterior, 27 de janeiro. Os dados são da Secretaria Estadual de Saúde.

Com a chegada da variante ômicron do coronavírus, a média de novas internações estava em alta no estado desde o dia 13 de dezembro de 2021. No último domingo (30), no entanto, os valores diários começaram a cair (veja no gráfico abaixo). https://datawrapper.dwcdn.net/QDzwI/1/

No pior momento da pandemia, em março de 2021, o valor de novas internações diárias chegou a ficar acima de 3 mil, o dobro do registrado agora.

Pressão no sistema de Saúde

O indício de melhora nos novos atendimentos hospitalares ainda não refletiu no total de pacientes internados. Isso acontece porque as pessoas podem permanecer internadas por vários dias.

Nesta quinta-feira (3), o estado registrou média móvel de 11.365 pacientes internados no total, sendo 3.996 em leitos de UTI e 7.369 em leitos de enfermaria.

O total de internados em UTI é o maior desde o dia 21 de agosto de 2021, quando o estado contabilizava 4.082 internados.

No pior momento da pandemia, o estado chegou a registrar mais de 13 mil pacientes em leitos de UTI. O sistema entrou em colapso e mais 500 pessoas morreram no estado à espera de uma vaga.

O avanço da cobertura vacinal da população contribuiu para que a ômicron provocasse menos casos graves. Mas isso não significa que o sistema de saúde não esteja fortemente pressionado.

Além do desgaste dos profissionais de saúde e redução das equipes por afastamento por Covid, há menos leitos disponíveis na rede pública do que no ano passado.

Conforme mostrou levantamento realizado pela TV Globo, a taxa de abertura de leitos de UTI não acompanhou a taxa de aumento das internações provocada pela chegada da ômicron.

No último dia 26 de janeiro, a gestão João Doria (PSDB) prometeu abrir 700 novos leitos em 14 regiões do estado. No entanto, algumas regiões do interior como Ribeirão Preto, por exemplo, seguem com taxas de ocupação acima de 85%.

Mortes e casos

Teste de Covid em UBS de São Paulo. — Foto:  RENATO S. CERQUEIRA/FUTURA PRESS/ESTADÃO CONTEÚDO

Teste de Covid em UBS de São Paulo. — Foto: RENATO S. CERQUEIRA/FUTURA PRESS/ESTADÃO CONTEÚDO

As mortes e casos por Covid-19 também seguem em alta no estado de São Paulo. Nesta sexta-feira (4), a média móvel diária de mortes é de 250. O valor é o mais alto em cinco meses.

Já a média móvel diária de novos casos é de 14.153 nesta sexta, maior registro em sete meses. A análise da tendência da pandemia com base na variação de casos, no entanto, ainda pode estar prejudicada pelos efeitos do apagão de dados do Ministério da Saúde.

Conforme o g1 revelou, o governo de São Paulo contabilizou menos casos confirmados de Covid-19 para todo o estado do que a prefeitura registrou apenas na capital paulista.

Em nota enviada na semana passada, a Secretaria Estadual de Saúde afirmou que “todos os scripts utilizados estão passando por revisão para identificar possíveis alterações no comportamento dos dados ou eventuais imprecisões que possam impactar na contabilização de casos”.

Transmissão em desaceleração na capital

Pedestre passa por cartaz que pede prevenção contra o coronavírus, no Centro de São Paulo, em 2021 — Foto: Suamy Beydoun/Estadão Conteúdo

Pedestre passa por cartaz que pede prevenção contra o coronavírus, no Centro de São Paulo, em 2021 — Foto: Suamy Beydoun/Estadão Conteúdo

Após atingir o maior valor desde o início da pandemia em 26 de janeiro, a taxa de transmissão de Covid-19 começou a desacelerar na capital paulista na segunda-feira (31), segundo análise de pesquisadores da Universidade de São Paulo (USP) e da Universidade Estadual Paulista (Unesp) feita por meio da ferramenta Info Tracker, que calcula a evolução da pandemia nos municípios que concentram mais casos e mortes por coronavírus no estado.

Apesar da melhora no indicador de transmissão, o coordenador do Info Tracker, Wallace Casaca, afirma que os novos casos ainda devem crescer nos próximos dias, embora em ritmo menor, e que a pressão no sistema de saúde deve continuar intensa nas próximas semanas.

“A taxa ainda está acima de 1, e isso significa que ainda teremos uma explosão de novos casos. As duas próximas semanas ainda serão bem duras de pressão para o sistema de saúde. Os óbitos também estão aumentando. O pico de mortes da ômicron em São Paulo deve ser em fevereiro.”

Segundo o Info Tracker, a taxa de transmissão da capital está menor do que a do estado.

“São Paulo foi a primeira cidade acometida pela ômicron no estado, e é um hub que espalha o vírus. Faz sentido, então, que comece a ter a queda primeiro. A gente já começa a observar algumas cidades do interior e Grande SP com tendência de redução, mas a grande maioria ainda está em ascensão. E isso faz com que o estado, como um todo, suba”, completou Casaca.

Fonte: G1

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