Pais relatam ataques no Instagram a menino de 3 anos que tem síndrome de Down

Perfil de Pepo vem sofrendo ataques de uma mesma conta desde setembro de 2020. A última ofensa foi feita no domingo (2). A família diz que irá registrar boletim de ocorrência e entrar com ação na Secretaria Municipal da Pessoa com Deficiência de São Paulo contra autora dos ataques.


Pedro, chamado de "Pepo" na redes sociais e o Pai Henri Zylberstajn. — Foto: Arquivo pessoal

Pedro, chamado de “Pepo” na redes sociais e o Pai Henri Zylberstajn. — Foto: Arquivo pessoal https://46d9d44172589272d11071fdd58f0476.safeframe.googlesyndication.com/safeframe/1-0-38/html/container.html

O pequeno Pedro Zylberstajn, de 3 anos, foi vítima de ofensas em uma rede social. Os pais que administram a página do garoto, que tem síndrome de Down e acumula 173 mil seguidores no Instagram, informaram que o último ataque ocorreu no domingo (2).

Henri Zylberstajn, de 41 anos, informou que os ataques a Pepo, como o filho é conhecido, começaram em setembro de 2020, e a família resolveu expor a situação após receber uma pergunta recente de seguidor questionando como eles lidam com o preconceito.

Criança é alvo de ofensas em rede social — Foto: Reprodução/ Instagram

Criança é alvo de ofensas em rede social — Foto: Reprodução/ Instagram

A família da criança informou que irá registrar um boletim de ocorrência e também deve entrar com uma ação na Secretaria Municipal da Pessoa com Deficiência de São Paulo contra a agressora.

A mesma pessoa envia mensagens para o perfil com ofensas desde setembro de 2020. A mulher teve a página denunciada pelos seguidores de Pepo e teve o perfil derrubado.

Ofensas começaram em setembro de 2020. — Foto: Reprodução/ Instagram

Ofensas começaram em setembro de 2020. — Foto: Reprodução/ Instagram

“É triste pensar não só que isso existe, mas como as pessoas têm a coragem de fazer isso. Segundo a descrição do perfil dela, essa pessoa é uma mãe. Ela fez esses ataques de forma aberta, sem medo. Isso aconteceu com a minha família que é privilegiada, imagina o que não acontece com famílias menos privilegiadas e socialmente vulneráveis, sem ferramentas de denúncia como a nossa”, afirma Henri.

Henri relata que já recebeu ofensas de outros perfis, incluindo perfis fakes. “No caso dessa pessoa, ela vinha fazendo esses ataques nos últimos anos. Toda semana abrimos uma caixinha de perguntas para os pais que nos seguem mandar dúvidas, numa dessas veio uma pergunta sobre como reagimos em situação de preconceito, nisso postamos a última mensagem que esse perfil tinha mandado no domingo”.

Postagem no perfil de Pepo denuncia ataques — Foto: Reprodução/Redes sociais

Postagem no perfil de Pepo denuncia ataques — Foto: Reprodução/Redes sociais

Ele conta que, após o relato, passaram a receber diversas mensagens de apoio e também denúncias de seguidores que afirmaram passar pela mesma situação.

“Publicamos as imagens no feed para as pessoas interagirem, para todo mundo ver, para dar voz para que outras pessoas denunciem atitudes como esta, que é crime.”

Atuação contra o preconceito

Pedro com o pai e os irmãos — Foto: Arquivo pessoal/ Henri Zylberstajn

Pedro com o pai e os irmãos — Foto: Arquivo pessoal/ Henri Zylberstajn

Os pais de Pedro descobriram que ele tinha síndrome de Down um dia depois do nascimento. Criaram, então, o perfil na rede social inicialmente para compartilhar um pouco da rotina do pequeno com familiares, como forma de disseminar informações sobre como é a vida de uma criança com Down.

O perfil foi crescendo e atualmente possui 173 mil seguidores. Com o alcance, Henri e a esposa, Marina, fundaram o Instituto Serendipidade, que compartilha informações sobre inclusão.

“Sempre estamos em contato com outros pais. Situações de preconceito e discriminação são muito comuns. Infelizmente, elas podem aparecer na forma de palavras, textos ou em atitudes, como negar uma matrícula na escola simplesmente pela deficiência”, afirma o pai.

Henri conta que, no futuro, não vai impedir que o filho mais novo utilize as redes sociais, mas irá monitorar as ações assim como faz com os outros dois filhos, uma menina de 9 anos e um menino de 6. “A mais velha já usa alguma rede social, mas tudo sob os nossos cuidados.”

“A página do Pepo é bem grande, até a gente ter ascendência sobre as decisões dele o que fazemos é ponderação. Não vamos alienar sobre rede social, até porque usamos isso como uma ferramenta importante de divulgação de informação. A conta do Pepo é completamente administrada pela família, se eventualmente ele entrar para uma rede social, o que vai acontecer conforme for envelhecendo, manteremos esse cuidado”, completa.

Fonte: G1

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