Atrasos e má conduta no vestiário: os bastidores do atrito entre Soteldo e Turra no Santos


Soteldo não deve mais vestir a camisa do SantosMultado e afastado do restante do elenco no dia 1º de julho, o atacante venezuelano segue treinando em horários separados dos demais no CT Rei Pelé enquanto aguarda a chegada de uma proposta para ser negociado.

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De acordo com fontes ouvidas pelo ge ao longo das duas últimas semanas, o atrito entre Soteldo e Paulo Turra foi, sobretudo, por conta de seguidos atrasos do jogador. O ponto crucial foi a recusa do venezuelano em treinar no vestiário da Vila Belmiro após empate com o Blooming, no dia 29 de junho.

Soteldo está de contrato novo com o Santos, válido até o meio de 2027  — Foto: Raul Baretta/ Santos FC

Soteldo está de contrato novo com o Santos, válido até o meio de 2027 — Foto: Raul Baretta/ Santos FC

A cronologia do atrito

No dia 24 de junho, Paulo Turra chegou a Santos e se apresentou aos jogadores e funcionários no CT Rei Pelé. Camisa 10 e um dos nomes do elenco mais identificados com a torcida, Soteldo se atrasou e perdeu parte da conversa com a nova comissão técnica.

Durante o bate-papo, que contou com a presença do presidente Andres Rueda e do coordenador de futebol Paulo Roberto Falcão, Turra deixou claro que seria rígido com os compromissos firmados e que não iria tolerar atrasos.

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Algumas novas regras foram estabelecidas para todos os atletas, como horários para o início das refeições, concentrações dois dias antes dos jogos, seja dentro ou fora de casa, e prazo para o início dos treinamentos.

Terminada a reunião no auditório, Turra chamou Soteldo para uma conversa individual. Nela, segundo relatos colhidos pela reportagem, o treinador pediu a ajuda do atacante para montar um time mais competitivo na disputa do Brasileirão.

Paulo Turra conversa com o elenco do Santos — Foto: Raul Baretta/ Santos FC

Paulo Turra conversa com o elenco do Santos — Foto: Raul Baretta/ Santos FC

A reunião de cerca de 30 minutos teria terminado com um abraço entre técnico e jogador. Pessoas ligadas a Soteldo, no entanto, relatam que o bate-papo aconteceu em tom de ameaça.

Nos cinco dias seguintes, sem exceção, Soteldo chegou ao centro de treinamento depois do estabelecido pela comissão técnica. Além dos atrasos, o venezuelano teria cometido outras duas faltas disciplinares – sendo o único jogador do grupo a não respeitar o que foi combinado.

Pessoas próximas a Soteldo confirmam que o jogador, de fato, não chegou ao CT Rei Pelé no horário combinado. Mesmo assim, sempre esteve no campo para o início do treinamento.

Elas alegam, portanto, que os atrasos foram referentes aos horários de apresentação para o trabalho, não para treinar no campo. O Santos considera a apresentação no CT o horário de início.

Os relatos apontam, também, que os atrasos foram pequenos, coisa de minutos.

A decisão final

A gota d’água na relação foi o pós-jogo do confronto com o Blooming, no dia 29 de julho. Naquela ocasião, com o Santos já eliminado da Copa Sul-Americana, apenas os reservas entraram em campo. Por ser titular do Peixe, Soteldo iniciou no banco e jogou os 15 minutos finais.

No vestiário, a comissão técnica ordenou que os atletas que não iniciaram o confronto fariam um treinamento ainda na Vila Belmiro. Incomodado com a decisão, Soteldo se negou a ficar com os demais e foi embora. O relato é confirmado por todas as fontes ouvidas pela reportagem.

Ainda naquela noite, o venezuelano, irritado com a ordem, teria tirado a camisa, arrancado o GPS e o jogado na parede, fazendo com que a comissão técnica perdesse seus dados de desempenho. Em média, cada unidade custa em torno de US$ 3 mil.

Procurado pela reportagem, Soteldo nega que tenha quebrado o GPS naquela noite.

Na manhã do dia seguinte, sexta-feira, Soteldo, já durante o treinamento no CT Rei Pelé, foi informado que estava afastado e não fazia mais parte dos planos do clube.

Assituação do venezuelano

Desde que foi comunicado que não treinaria mais com o restante do grupo, Soteldo tem cumprido uma rotina de atividades no CT Rei Pelé junto com os também afastados Nathan, Ed Carlos, Lucas Barbosa e Daniel Ruiz.

O atacante não pode jogar o Brasileirão desta temporada por outra equipe pois já disputou sete partidas pelo Santos na Série A. Com isso, pelo menos até o fim do ano, as opções se limitam ao mercado estrangeiro ou um empréstimo para algum clube da Série B – opção rejeitada pelo atacante.

O Peixe pagou praticamente R$ 20 milhões para tê-lo em definitivo até o meio de 2027, mas não há planos de reintegrar o atacante.

Fonte: Ge

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