Hospital Universitário da USP reabre parcialmente pronto-socorro adulto; cirurgias eletivas seguem suspensas
Pacientes que necessitam de cuidados de menor complexidade estão sendo encaminhados para outras unidades de saúde. Superintendente do HU fala em problema estrutural na área da Saúde.
Entrada do pronto-socorro do Hospital Universitário da USP, na Zona Oeste de SP — Foto: Reprodução/TV Globo
O Hospital Universitário da USP, na Zona Oeste de São Paulo, reabriu parcialmente seu pronto-socorro adulto nesta segunda-feira (24). O setor estava operando com “portas fechadas” desde a quarta (19) devido a uma superlotação registrada na última semana.
Com a reabertura parcial, os pacientes que procuram a unidade passam por triagem médica e de enfermagem. Os que necessitam de atendimento hospitalar são mantidos na unidade. Os demais, que precisam de cuidados menos complexos, são encaminhados para outras unidades de saúde, como UBSs.
As cirurgias eletivas, procedimentos não urgentes, ainda seguem suspensas no HU. A expectativa é de que sejam retomadas na próxima semana.
De acordo com a Superintendência do hospital, o PS adulto do Hospital Universitário possui 11 leitos e outras 11 macas, que deveriam servir como suporte operacional ocasionalmente, mas estão sempre em uso.
Na última semana, um pico na busca por atendimento médico esgotou as 22 vagas, assim como as poltronas disponíveis, fazendo com que pacientes tivessem que aguardar por cirurgias ou transferências em cadeiras.
“A medida extrema de fechar o pronto-socorro foi porque nós não tínhamos condição de darmos o mínimo de atenção aos pacientes que estavam dentro do hospital de forma adequada, justa para o paciente e também para o trabalhador da Saúde”, afirma José Pinhata Otoch, superintendente do HU.
Nesta segunda, a ocupação do pronto-socorro era de 22 pessoas, a capacidade limite do HU.
“O problema de estrutura da Saúde hoje é complexo. Ele, por exemplo, precisa de uma coordenação e de um ajuste entre todos os níveis hierárquicos, tanto os superiores, que são os hospitais terciários (de grande porte), quanto os inferiores, que são as unidades básicas de saúde, a saúde da família, para que eu possa dar vazão para esses pacientes”, diz Otoch.
Hospital Universitário da USP
O pronto-socorro faz parte de um hospital que, nos últimos 10 anos, viu sua capacidade de atendimento encolher. Desde 2013, o HU perdeu quase 500 funcionários, 25% a menos em uma década. Consequentemente, o número de leitos também diminuiu: 38%. E as internações caíram 43%.
O Governo de SP afirmou à TV Globo que irá propor uma reunião com o comitê de crise criado pelo Hospital Universitário para buscar soluções para o problema.
A prefeitura da capital afirmou que aguarda o agendamento de uma reunião para alinhar as tratativas com a direção do HU e a Secretaria estadual da Saúde.
Fonte: G1