Jardim Pantanal, na Zona Leste de SP, sofre com enchentes desde início da ocupação, na década de 80

Moradores já saem de casa com troca de roupa e chinelos para se locomover em meio às vias cobertas de lama e água.

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Jardim Pantanal, na Zona Leste de SP, enfrenta enchentes desde os anos 80

A chuva que tem atingido a cidade de São Paulo desde a tarde de quarta-feira (4) causou alagamentos no Jardim Pantanal, na Zona Leste da capital paulista, e transtornos nesta quinta-feira (5) em Franco da Rocha e Caieiras, na Grande São Paulo. São áreas que sofrem com o problema há anos. No caso do Jardim Pantanal, desde o início da ocupação, nos anos 80.

A auxiliar de limpeza Juvenita Barbosa mora lá e enfrentou as ruas alagadas tanto para ir ao trabalho quanto na volta para casa, pois o problema ainda continuava. Ela foi uma das pessoas que tiveram de lidar com a grande quantidade de água na região.

Em outra casa, o prejuízo só não foi maior porque o morador tem uma comporta.

Jardim Pantanal alagado em SP — Foto: Reprodução/TV Globo

Chuva alaga vias do Jardim Pantanal, na Zona Leste de SP — Foto: Reprodução/TV Globo

O Jardim Pantanal se estende por uma vasta área, que deveria ser de proteção ambiental, entre São Paulo e Guarulhos. Na região, o Rio Tietê corre devagar e faz curvas.

Basta chover pouco para a água ocupar as ruas. Ao todo, são nove bairros. Sem conseguir retirar os moradores do local, o poder público começou a levar infraestrutura para as margens do rio e construiu conjuntos habitacionais, escolas e piscinões.

Numa grande enchente, em 2009, tudo ficou alagado. A situação foi registrada pela TV Globo na época.

Os primeiros moradores chegaram à área ainda na década de 80. Nos anos 2000, a situação se agravou com o aumento da ocupação irregular da região. Em 2020, o então governador João Doria, do PSDB, entregou uma espécie de barreira para tentar segurar as enchentes.

Em entrevista ao Bom Dia São Paulo nesta quinta-feira, depois de ver as imagens do Jardim Pantanal, Marcelo Branco, novo secretário de Desenvolvimento Social e Habitação, prometeu soluções para as áreas de risco do estado.

O prefeito Ricardo Nunes, do MDB, disse à tarde que R$ 400 milhões serão investidos em obras, entre elas de drenagem para prevenir cheias na região.

Franco da Rocha

Chuva deixa ruas sujas em Franco da Rocha — Foto: Reprodução/TV Globo

Quase um ano depois do último temporal que castigou Franco da Rocha e deixou 18 mortos, a cidade da Grande São Paulo voltou a sofrer com a chuva. Nas últimas 12 horas, choveu quase 90mm, o que causou deslizamentos de terras e alagamentos.

Essa quantidade de água representa quase 30% de toda a chuva prevista para o mês.

“Sempre a mesma coisa, sempre essa enchente. Já teve tempos piores. Lembro de quando eu era pequena que não tinha comida e um helicóptero tinha que trazer a comida para a gente”, disse Marilene de Sousa Carvalho.

Em nota, a prefeitura, disse que investiu R$ 20 milhões em ações de contenção de encostas, limpeza, construção de piscinões e recuperação de áreas afetadas e que repassou mais de R$ 5 milhões para famílias atingidas.

Caieiras

Outra cidade afetada pelas fortes chuvas foi Caieiras. Os alagamentos bloquearam as principais saídas ainda na noite da quarta (4).

O Corpo de Bombeiros usou botes para resgatar as pessoas que ficaram ilhadas por causa do transbordamento dos rios.

De acordo com a prefeitura, foram registrados 14 pedidos de atendimento e 16 de vistoria durante as chuvas. Ninguém ficou ferido.

Em nota, a prefeitura afirmou que a situação na cidade está normalizada e que equipes trabalham na limpeza.

Estação Franco da Rocha ficou completamente alagada na madrugada desta quinta (5) — Foto: Reprodução/TV Globo

Funcionários da prefeitura atuam na limpeza das ruas de Franco da Rocha — Foto: Reprodução/TV Globo

Fonte: G1