SP terá 1ª transição entre partidos de governos diferentes após quase 28 anos; aumento salarial de 50% para 1º escalão entrará na pauta

Depois de férias nos EUA, Tarcísio de Freitas (Republicanos) se reunirá com sua equipe nesta quarta (16) para tratar da transição. Encontro com o atual governador do PSDB também está previsto para essa semana. Assuntos impopulares já rondam o futuro governo, como o aumento de salário que a Alesp quer dar ao governador eleito.


O atual governador de SP, Rodrigo Garcia (PSDB), e o governador eleito Tarcísio de Freitas (Republicanos).   — Foto: Montagem/g1/Divulgação

O atual governador de SP, Rodrigo Garcia (PSDB), e o governador eleito Tarcísio de Freitas (Republicanos). — Foto: Montagem/g1/Divulgação

Governado por um mesmo grupo político desde 1995, o estado de São Paulo inicia nesta semana sua primeira transição entre partidos de governos diferentes em quase três décadas.

O atual governador, Rodrigo Garcia (PSDB), e o governador eleito, Tarcísio de Freitas (Republicanos), terão a primeira reunião da transição nesta semana, em que devem iniciar as tratativas para a troca de comando no estado e conversar sobre assuntos políticos impopulares que já estão na pauta do dia, como o aumento de 50% nos salários do primeiro escalão do governo paulista e a alta de casos e internações por Covid-19 no estado.

Nesta quarta, Tarcísio inicia alinhamentos com a equipe. Na quinta (17), segundo a assessoria do governador eleito, deve ocorrer a primeira reunião oficial da transição entre as coordenações. O encontro será em um hotel da Zona Sul de São Paulo.

Tarcísio se reunirá com os dois coordenadores da transição já indicados por eles para gerenciar a passagem de bastão: Marcos Penido e Guilherme Afif Domingos.

Tarcísio de Freitas começa a se reunir com aliados da transição de governo em São Paulo

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Tarcísio de Freitas começa a se reunir com aliados da transição de governo em São Paulo

Na ocasião, Tarcísio também deve anunciar outros nomes técnicos que vão compor a equipe de transição paulista.

Diferentemente do governo federal, a transição em São Paulo só começa agora porque o governador eleito tirou alguns dias de descanso com a família nos Estados Unidos, em virtude da campanha eleitoral em que saiu vitorioso após vencer o adversário Fernando Haddad (PT) no segundo turno.

Como o governador Rodrigo Garcia está em viagem a New York, nos Estados Unidos, a reunião com Tarcísio deve ser marcada no retorno dele, na sexta-feira (18).

Marcos Penido (PSDB) e Guilherme Afif Domingos (PSD), coordenadores da transição de governo de Rodrigo Garcia para Tarcísio de Freitas em São Paulo. — Foto: Montagem/g1/Divulgação

Última transição de grupos opositores

A última transição de grupos opositores que houve no estado de São Paulo aconteceu em 1994, quando o então governador Luiz Antonio Fleury Filho (MDB) transmitiu o cargo para Mário Covas (PSDB).

Fleury faleceu nesta terça-feira (15), na capital paulista, aos 73 anos. Ele governou o estado de SP entre 1991 e 1994.

Covas morreu ainda no exercício do cargo de governador, em 2001, aos 70 anos.

Os seis governadores do PSDB em SP: Mário Covas, Geraldo Alckmin, José Serra, Alberto Goldman, João Doria e Rodrigo Garcia. — Foto: Montagem/g1

De 1995 até hoje e o PSDB teve seis diferentes governadores no estado, em oito mandatos consecutivos. A exceção foi nos anos de 2006 e 2018, quando Geraldo Alckmin deixou o Palácio dos Bandeirantes para concorrer à Presidência da República por duas vezes e assumiram no lugar dele os respectivos vices de chapa: Cláudio Lembo (no então PFL) e Márcio França (PSB).

Juntos, os dois tiveram apenas 16 meses de mandato. Porém, a transição desses governos dos vices foram feitas dentro de um mesmo grupo político aliado.

Aumento salarial de 50%

Salários de governador, vice e secretários devem ser reajustados em 50%

Em 11 de novembro, Rodrigo Garcia já havia anunciado que um dos assuntos da reunião desta semana será o projeto que está sendo discutido na Alesp que concede aumento de 50% aos salários do próximo governador, do vice e dos demais secretários de governo.

O projeto, segundo Rodrigo, deve onerar em R$ 1,5 bilhão a folha de pagamento do estado, uma vez que eleva também o teto do funcionalismo público e aumenta os salários de milhares de servidores públicos.

De acordo com o atual governador, o estado tem dinheiro em caixa para oferecer este aumento, mas a decisão política sobre o tema caberá ao futuro governante do estado, uma vez que o aumento impactará a folha de pagamento de 2023.

“Várias categorias estão limitadas e tendo um redutor de salário pelo salário do governador. É um projeto de iniciativa da Assembleia que vai discutir o salário do governador, dos secretários e de milhares de funcionários que estão vinculados a esse salário e aí o novo governo precisa dar a opinião do que ele entende como melhor”, disse Rodrigo.

“Eu vou dialogar com o governador eleito Tarcísio assim que iniciar a transição e vamos avaliar qual a decisão do próximo governo”, completou.

Deputados estaduais no Plenário da Alesp — Foto: Divulgação/Alesp

Tramitação acelerada na Alesp

Conforme o g1 divulgou em 11 de novembro, o projeto de lei 592/2022, que teve a tramitação acelerada na Alesp, propõe que os salários do futuro governador, do vice dele e dos secretários de estado sejam reajustados em 50%.

Caso ele seja aprovado, o salário do próximo governador paulista passará dos atuais R$ 23.048,59 para R$ 34.572,89.

O texto é proposto pelos deputados que formam a Mesa Diretora da Alesp e pelos seguintes líderes partidários: Gilmaci Santos (Republicanos), Ricardo Madalena (PL), Márcia Lia (PT), Jorge Caruso (MDB), Delegado Olim (PP) e Analice Fernandes (PSDB).

Pela proposta, o salário do vice passa de R$ 21.896,27 para R$ 32.844,41, e o dos secretários estaduais, de R$ 20.743,72 para R$ 31.115,58.

Procurado pela TV Globo, o governador eleito de SP, Tarcísio de Freitas, afirmou em 11 de novembro, por meio da assessoria de imprensa, que o aumento é uma decisão que cabe aos deputados da Alesp e que, como futuro governador, acatará o que for definido pelo Poder Legislativo.

Salários do 1º escalão do governo de São Paulo

CargoValor atualProposta de aumento para 2023Variação %
GovernadorR$ 23.048,59R$ 34.572,8950%
Vice-governadorR$ 21.896,27R$ 32.844,4150%
Secretários de estadoR$ 20.743,72R$ 31.115,5850%

Fonte: Alesp

Fonte: G1

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