Bolsonaro discursa pela 2ª vez em SP e não se manifesta sobre invasão da Ucrânia pela Rússia
Ao contrário do presidente, o vice Hamilton Mourão se posicionou falando que não concorda com os ataques russos. Itamaraty disse que acompanha a situação com ‘grave preocupação’.
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Presidente da República, Jair Bolsonaro (PL), participou da cerimônia de inauguração dos reservatórios do Córrego do Ipiranga realizada no Estacionamento do São Paulo Expo, na Rodovia dos Imigrantes Km 1,5 — Foto: BRUNO ROCHA/ENQUADRAR/ESTADÃO CONTEÚDO
O presidente Jair Bolsonaro (PL) discursou pela segunda vez no estado de São Paulo nesta quinta-feira (24) e não se manifestou, mais uma vez, sobre a invasão da Ucrânia pela Rússia. Em evento na capital paulista, o presidente discursou por aproximadamente 5 minutos e não fez menções ao conflito internacional.
Pela manhã, o presidente esteve em São José do Rio Preto (SP) para participar da inauguração de complexo viário na BR-153. Bolsonaro discursou aos apoiadores por 20 minutos, e também não mencionou a invasão.
Mais tarde, após o evento da capital paulista, Bolsonaro publicou nas suas redes sociais que está “totalmente empenhado no esforço de proteger e auxiliar os brasileiros que estão na Ucrânia”.
“Nossa Embaixada em Kiev permanece aberta e pronta a auxiliar os cerca de 500 cidadãos brasileiros que vivem na Ucrânia e todos os demais que estejam por lá temporariamente”, disse o presidente no Twitter.
Na cidade de São Paulo, Bolsonaro participou da inauguração de dois reservatórios de água de macrodrenagem do Córrego Ipiranga – os piscinões da Lagoa do Aliperti e do Viaduto Aliomar Baleeiro -, que têm como objetivo combater enchentes na capital paulista.
A cerimônia também teve a presença do prefeito de São Paulo, Ricardo Nunes (MDB), e do ministro do Desenvolvimento Regional, Rogério Marinho.
Bolsonaro, que também é pré-candidato à reeleição, se referiu a São Paulo como “seu estado”, por ter nascido em Eldorado Paulista, no Vale do Ribeira.
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O presidente Jair Bolsonaro (PL) em evento nesta quinta-feira (24) em São Paulo. — Foto: Reprodução/TV Globo
Viagem a São Paulo
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Presidente Jair Bolsonaro discursou por cerca de 20 minutos em evento em Rio Preto, mas não citou a invasão da Rússia contra a Ucrânia em seu primeiro evento público após os ataques — Foto: TV TEM/Reprodução
Antes de embarcar para São Paulo, o presidente conversou com apoiadores na frente do Palácio da Alvorada, mas também não citou o conflito no Leste Europeu.
Na semana passada, Bolsonaro fez uma viagem oficial à Rússia. Ao lado do presidente Vladimir Putin, Bolsonaro disse que é solidário à Rússia, sem especificar sobre o que se referia essa solidariedade. A declaração do presidente criou um desgaste para a diplomacia brasileira, em especial com os Estados Unidos. https://3f871c2634674c39b341c5667f1785c9.safeframe.googlesyndication.com/safeframe/1-0-38/html/container.html
A visita ao município no interior de São Paulo foi o primeiro evento público do presidente depois das ações militares russas contra cidades ucranianas.
Vestido com a camisa vermelha do América, time de futebol da cidade, o presidente, que é pré-candidato à reeleição, usou o discurso para citar programas do governo federal, dizer mais uma vez que não cometeu erros na gestão da pandemia e que comprou todas as vacinas contra a Covid aplicadas no país, contar sobre a sua trajetória política e fazer críticas veladas a países de esquerda do continente sul-americano.
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Presidente Jair Bolsonaro discursou por 20 minutos no primeiro evento público após ataque russo à Ucrânia, mas não citou a crise no Leste Europeu — Foto: Heloísa Casonato/g1
Ao contrário de Bolsonaro, o vice-presidente Hamilton Mourão se posicionou nesta manhã falando que o Brasil não concorda com a invasão da Rússia à Ucrânia.
“O Brasil não está neutro. O Brasil deixou muito claro que ele respeita a soberania da Ucrânia. Então, o Brasil não concorda com uma invasão do território ucraniano. Isso é uma realidade”, afirmou Mourão na chegada ao Palácio do Planalto.
A invasão começou na madrugada desta quinta-feira (24), no horário de Brasília, por ordem do presidente russo Vladimir Putin. Os russos invadiram a partir de vários pontos da fronteira. A ação gera uma crise militar e diplomática na Europa sem precedentes neste século.
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Os presidentes do Brasil, Jair Bolsonaro, e da Rússia, Vladimir Putin, encontraram-se no Kremlin, em Moscou, no dia 16 de fevereiro de 2022 — Foto: Alan Santos/PR
Em nota, o Ministério das Relações Exteriores (MRE) brasileiro informou que acompanha com “grave preocupação a deflagração de operações militares” da Rússia contra alvos no território da Ucrânia, porém não condenou os ataques.
“O Brasil apela à suspensão imediata das hostilidades e ao início de negociações conducentes a uma solução diplomática para a questão, com base nos Acordos de Minsk e que leve em conta os legítimos interesses de segurança de todas as partes envolvidas e a proteção da população civil.”
Ainda conforme a nota do MRE, “o Brasil permanece engajado nas discussões multilaterais com vistas a uma solução pacífica, em linha com a tradição diplomática brasileira e na defesa de soluções orientadas pela Carta das Nações Unidas e pelo direito internacional, sobretudo os princípios da não intervenção, da soberania e integridade territorial dos Estados e da solução pacífica das controvérsias”.
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Sem máscara, presidente Jair Bolsonaro foi recebido por apoiadores no aeroporto de Rio Preto — Foto: Renato Pavarino/g1
Fonte: G1