História do ‘anjo emo’ que salvou jovem de assalto no Metrô Anhangabaú ganha as redes sociais: ‘personagem de mangá’
Kevin Gabriel Galdino dos Santos, de 20 anos, tem o cabelo branco e disse que tomou a atitude por impulso. ‘Como estava chovendo, eu usava uma touca e uma roupa toda preta, a luz do local não ajudou também, por isso ela deve ter me descrito como algo mais ficcional.’
O jovem é conhecido como Antares nas redes sociais. — Foto: Arquivo pessoal/ Kevin Gabriel Galdino dos Santos https://3c05c5a5c96a5cabcfe03a81569c9ef6.safeframe.googlesyndication.com/safeframe/1-0-38/html/container.html
Uma história de tentativa de assalto no Centro de São Paulo, em janeiro, ganhou as redes sociais, e o protagonista chegou a ser comparado com personagens de animes e mangás japoneses. Um “jovem emo de cabelo azul”, que, segundo uma amiga da vítima, salvou uma mulher que quase foi roubada em frente à estação Anhangabaú, da Linha 3-Vermelha.
Em um bar próximo da estação, uma senhora que viu a confusão disse para a vítima: “Foi um anjo que te salvou. Ele lutou com o ladrão e conseguiu recuperar o celular”.
O “anjo emo” é Kevin Gabriel Galdino dos Santos, de 20 anos, que no Twitter foi comparado com os personagens Inosuke Hashibira, do anime Demon Slayer, o Sasuke Uchiha, do Naruto e o Megumi Fushiguro, de Jujutsu Kaisen. https://3c05c5a5c96a5cabcfe03a81569c9ef6.safeframe.googlesyndication.com/safeframe/1-0-38/html/container.html https://d-3154643427181647593.ampproject.net/2202042210001/frame.html
Kevin foi comparado aos personagens de mangá mais pela aparência do que pelos ideais, já que alguns têm uma dualidade de caráter.
O Inosuke Hashibira, do Demon Slayer, é considerado temperamental e impulsivo. Para os fãs de Naruto, o Sasuke Uchiha passa por muitas mudanças durante o mangá, não sendo sempre considerado um herói em sua trajetória.
Já o Megumi Fushiguro é um dos personagens centrais da história de Jujutsu Kaisen e pode ser considerado o mais correto entre os três citados. Megumi luta para ajudar a proteger as pessoas que ele considera boas ou gentis, se enxergando como uma ferramenta para o bem da sociedade. https://3c05c5a5c96a5cabcfe03a81569c9ef6.safeframe.googlesyndication.com/safeframe/1-0-38/html/container.html
Kevin, na verdade, se considera ex-emo, tem o cabelo branco, disse que tomou a atitude por impulso e não se arrepende de ter reagido.
“Como estava chovendo, eu usava uma touca e uma roupa toda preta, a luz do local não ajudou também, por isso ela deve ter me descrito como algo mais ficcional.”
“Estou me divertindo com a repercussão, as pessoas me chamando de herói. No dia que aconteceu, até cheguei a procurar a menina nas redes sociais para saber como ela estava, mas não encontrei. Somente ontem uma amiga me marcou no texto no Twitter e realmente fui eu. Eu já fui emo, já curti muito o tipo de música, mas hoje não é meu estilo”, afirma Kevin.
O jovem é conhecido como Antares nas redes sociais e trabalha como promotor de eventos, inclusive de festas com a temática emo que ocorrem perto do Anhangabaú, no Centro.
No dia do ocorrido, ele conta que estava indo encontrar uma amiga na estação justamente por ser uma região perigosa.
“Nos encontramos nas catracas da estação. Quando estávamos subindo a escada rolante para sair, eu só ouvi uma mulher gritando por socorro. De início, achei que era uma briga ou algo do tipo, mas quando vi era um cara que estava tentando assaltar ela. Eles estavam em luta corporal. Ela gritava muito, nisso eu acelerei o passo, corri e dei um chute no cara. O cara ainda tentou levantar meio sem equilíbrio, eu dei uma rasteira nele, ele caiu e me deu o celular.”
Agiu por impulso
Kevin conta que agiu por impulso e ficou com medo de o ladrão reagir ou estar com alguma arma. “Eu peguei o celular, entreguei para a moça, e ela me agradeceu, outras pessoas também agradeceram. Tudo aconteceu muito rápido, também tive medo de ele vir atrás de mim e saí com pressa do local.”
“Na hora que eu a vi no chão, a mulher estava muito desesperada. Eu não me aguentei, foi muito por impulso, mas não me arrependo, em outra situação parecida faria o mesmo.”
“Eu vi a moça deitada no chão em luta corporal com o cara, se eu não tivesse feito nada, iria me sentir péssimo. Sempre quando tivermos a oportunidade de fazer o bem, proteger alguém, de reagir em uma situação, temos que nos impor. Eu entendo todos os riscos que corri, poderia ter saído morto dessa história se o cara tivesse armado, mas não me arrependo e faria de novo, porque o pior poderia ter acontecido com ela, se ninguém tivesse feito nada”, afirma Kevin.
Ele conseguiu falar com a vítima da tentativa de assalto, que relatou ter ficado bem depois do ocorrido.
Segundo ele, uma senhora que estava no local também tentou ajudar quando ele começou a brigar com o assaltante. Kevin espera que a história sirva de exemplo para outras pessoas, mas reforça que ninguém deve reagir a um assalto. “Sempre que virem alguém passando por uma situação ruim e tiver a oportunidade de ajudar, considerem ajudar. Foi muito bom ter contato com ela, receber a gratidão da moça, fico feliz demais dela ter saído bem dessa história.”
Ex-emo
Kevin trabalha como promoter de festas no Centro de SP — Foto: Arquivo pessoal/ Kevin Gabriel Galdino dos Santos
Kevin se considera ex-emo. Por muito tempo, fez parte de um grupo musical de Trap Emo, estilo musical de rappers como Lil Peep e Lil Uzi Vert. Ele também era fã da banda My Chemical Romance.
Atualmente, ele considera que teve uma mudança “radical” e passou a escutar mais artistas do estilo Trap Funk, como Mc Kevin, Kayblack e Vulgo FK.
Fonte: G1