Cotidiano

Prefeitura de SP rescinde contrato com Transwolff, e SPTrans vai assumir gestão das linhas; empresa é investigada por elo com PCC

Por Letícia Dauer, g1 SP — São Paulo

Prefeitura de SP rompe contrato com Transwolff

Prefeitura de SP rompe contrato com Transwolff

A Prefeitura de São Paulo decretou nesta sexta-feira (5) a caducidade dos contratos da empresa de ônibus Transwolff. A empresa é investigada por elo com PCC (leia mais abaixo). A decisão será publicada no Diário Oficial e transfere toda a gestão da companhia para a SPTrans, responsável pelo transporte público na capital.

👉 A caducidade está diretamente relacionada ao processo de extinção de um contrato de concessão de serviço público, motivada por indícios ou comprovação de falhas graves por parte da concessionária.

Segundo a administração municipal, com a decisão, não haverá mudança para os passageiros. A Transwolff opera 133 linhas que atendem mais de 500 mil pessoas por dia, principalmente nas zonas Sul e Leste da cidade. O contrato de 15 anos tinha vigência até 2034.

A prefeitura afirmou que todos os empregos serão mantidos, incluindo salários e benefícios dos funcionários. A SPTrans também vai assumir os pagamentos a fornecedores para garantir a continuidade dos serviços.

Em nota, a Transwolff informou que “vai adotar medidas judiciais cabíveis contra a arbitrariedade e a ilegalidade do decreto de caducidade dos contratos sob justificativa de não cumprir obrigações e termos contratuais”.

As empresas Transwolff e UPBus, alvos nesta terça-feira (9), de operação do Ministério Público de SP. — Foto: Acervo Pessoa/Divulgação

As empresas Transwolff e UPBus, alvos nesta terça-feira (9), de operação do Ministério Público de SP. — Foto: Acervo Pessoa/Divulgação

“Causa estranheza que a caducidade tenha sido decretada antes da conclusão das atividades da Comissão do Grupo de Trabalho Multidisciplinar instituído pela Secretaria de Transporte e Mobilidade Urbana do Município de São Paulo, especialmente após a recente manifestação apresentada pela empresa naquele âmbito, na qual foram apontadas irregularidades e ilegalidades no processo administrativo, aptas, inclusive, a justificar comunicação ao Ministério Público de São Paulo”, apontou a empresa.

“O decreto de caducidade se apoia exclusivamente em questões financeiras, comuns a todas as empresas do setor e plenamente sanáveis”, completou.

Operação Fim da Linha

A Transwolff — com outra empresa de ônibus, a UPBus — foi alvo da Operação Fim da Linha, deflagrada em abril de 2024 pelo Ministério Público de São Paulo (MP-SP), por suspeita de lavagem de dinheiro e favorecimento ao PCC.

As investigações apontam que o dinheiro usado para aumentar o capital da Transwolff poderia ter origem ilícita — ou seja, os recursos seriam provenientes de atividades do PCC.

O esquema envolveria uso de “laranjas” e “CNPJs fantasmas”, facilidades de empresas de fachada para ocultar as verdadeiras origens dos valores, algo típico de lavagem de dinheiro.

Em função dessas suspeitas, a Prefeitura de São Paulo abriu processo para rescindir os contratos da Transwolff e da UPBus em dezembro de 2024.

A defesa da Transwolff, porém, nega qualquer vínculo com o crime organizado — afirma não haver “comprovação de qualquer relação com organizações criminosas ou de atividades ilícitas” e diz que vai contestar a decisão na Justiça.

Fonte: G1

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