Quais serão as principais tendências tecnológicas para 2021
De um avião elétrico potencialmente recordista a lousas online para o trabalho em casa, destacamos no que ficar de olho neste ano que se inicia.
O novo ano deverá ser incômodo para os dirigentes das maiores empresas de tecnologia do mundo —autoridades dos Estados Unidos e da Europa estão ficando mais duras com o tema da concorrência no setor, e esse provavelmente será um campo de batalha importante em 2021.
Entretanto, se as suas preocupações com a tecnologia estão mais próximas dos limites de sua casa ou do trabalho, ou se você é apenas um entusiasta do assunto, o novo ano pode ser bem-vindo.
Inovações no ar
O ano que passou foi horrível para a indústria aeroespacial — um de seus maiores clientes, a aviação comercial, viu várias companhias aéreas entrando em colapso como consequência da pandemia de coronavírus.
Mas os principais nomes da indústria garantem continuarem comprometidas com pesquisa e desenvolvimento, em particular com o preparo de aviões com impacto ambiental muito menor do que os convencionais. Em setembro, a Airbus apresentou três projetos de aeronaves movidas a hidrogênio.
No próximo ano, a empresa deve assinar um importante acordo com Alemanha, França, Espanha e Itália para desenvolver um grande drone com sistema não tripulado. O chamado Eurodrone deve começar a passar por testes em 2025.
Também em 2021, preste atenção para uma aeronave elétrica desenvolvida pela Rolls-Royce, a Spirit of Innovation. A empresa espera que a elegante máquina supere o recorde mundial de velocidade para uma aeronave elétrica, voando a quase 500 km/h.
Nova era nas compras
O ano de 2020 também foi um ponto de virada para os varejistas — neste caso, apesar de mudanças brutais, houve aquelas que parecem ter sido positivas, como a massiva migração de clientes para o ambiente online, devido ao isolamento social.
Nesta transição, o futuro indica um misto entre ambientes offline e online.
Por exemplo, a Amazon tem planos de expandir em 2021 suas lojas Go, que não têm pessoas trabalhando em caixas de pagamento.
Em vez disso, os clientes podem pegar os produtos que desejam e simplesmente sair da loja. Câmeras e um sistema de inteligência artificial rastreiam os itens tirados das prateleiras e garantem que a cobrança seja feita.
Mais de 20 lojas estão funcionando nos EUA e espera-se que a empresa comece a abrir lojas Go no Reino Unido em 2021, embora a gigante online não tenha anunciado esses planos ainda.
Além de economizar no espaço necessário para os caixas e no pagamento de funcionários, as compras no estilo Go também minimizam o contato com as superfícies, o que poderia ser uma vantagem em um mundo pós-Covid.
De acordo com Max Hammond, diretor sênior e analista da consultoria Gartner, as cadeias de supermercados do Reino Unido monitorarão como os clientes respondem à tecnologia da Amazon e avaliarão como elas próprias responderão à tendência.
“A experiência do cliente compensa a despesa desses varejistas? Hoje, acho que é um negócio complicado a se provar, embora estejamos vendo muitas evidências (positivas) do conceito”, avalia Hammond.
A tecnologia de trabalhar em casa
Em menor ou maior medida, parece que trabalhar de casa veio para ficar.
Segundo uma pesquisa encomendada pela consultoria CCS Insights, 60% dos líderes empresariais na Europa Ocidental e na América do Norte esperam que pelo menos 25% de sua força de trabalho, e em alguns casos a totalidade de seus funcionários, trabalhem pelo menos parcialmente em casa — mesmo quando a pandemia passar.
Algumas grandes empresas já se comprometeram com o trabalho de casa. Em outubro, o Dropbox afirmou que todos os seus funcionários poderiam trabalhar de casa, o que é adotado pelo Twitter também. A Microsoft e o Facebook declararam ainda que um número significativo de seus funcionários pode trabalhar permanentemente em casa.
Esse é um novo mercado apetitoso para as empresas de tecnologia.
É esperado, por exemplo, o surgimento de mais e melhores ofertas de provedores de internet e de outras ferramentas tecnológicas necessárias para o trabalho de casa.
“A segurança definitivamente está incluída em nossas previsões quando se trata de trabalhar em casa, e ela poderia ser parte de um pacote. Não apenas um serviço extra, mas talvez como um roteador à parte, um roteador com ferramentas de segurança embutidas, até mesmo assistência técnica —porque uma empresa menor não consegue ter um funcionário de suporte remoto”, diz Marina Koytcheva, vice-presidente do setor de previsões da CCS Insights.
Vale ficar de olho também em serviços que facilitam a colaboração entre colegas trabalhando de casa. Neste sentido, cresceu a demanda pelos chamados quadros-brancos digitais, como o Miro e Mural, que oferecem uma representação visual de projetos e rascunhos desenvolvidos por uma equipe.
Carros autônomos
Nas ruas de Phoenix, no Estado americano do Arizona, mais de 300 carros se dirigem sozinhos, buscando e deixando passageiros sem nenhum motorista humano ao volante.
Faz parte do serviço Waymo One que, pela primeira vez para um serviço tão autónomo, foi disponibilizado ao público em outubro.
Com o suporte da empresa Alphabet, ligada ao Google, a Waymo está liderando a corrida dos carros autônomos nos Estados Unidos e, em 2021, planeja ampliar o serviço para além de Phoenix.
Mas os rivais não estão muito atrás. A Cruise, da General Motors, está testando seu produto em San Francisco, uma cidade onde o clima e o desenho das ruas são mais desafiadores do que a ensolarada Phoenix.
Em outubro, a Cruise recebeu permissão para testar seus carros autônomos sem um motorista humano como reserva. No horizonte está o lançamento de um serviço como o da Waymo, mas a empresa ainda não divulgou quando isto acontecerá.
A Lyft também está testando seus carros autônomos em San Francisco, mas acredita-se que ela esteja atrás da Waymo e da Cruise.
Enquanto isso, em dezembro, o Uber abandonou seu projeto de desenvolver seus próprios carros autônomos. A empresa vendeu sua divisão de veículos autônomos para a Aurora Technologies, que tem parceria com a Amazon e foca nos serviços de táxi e entrega de comida.
Na China, a AutoX está liderando o caminho no segmento. No início de dezembro, sua frota de 25 carros começou testes sem motoristas na reserva ou controle remoto em Shenzhen.
Nas últimas semanas de 2020, o tempo parece ter fechado no Vale do Silício, região da Califórnia que abriga grandes nomes da tecnologia como Google, Facebook e Apple.
No início de dezembro, reguladores federais dos EUA e mais de 45 promotores estaduais abriram um processo contra o Facebook, acusando a empresa de adotar medidas ilegais para comprar rivais e sufocar a concorrência.
Também em dezembro, a Comissão Europeia apresentou as propostas da Lei de Serviços Digitais e da Lei de Mercados Digitais — projetos de lei que reformulariam completamente a regulação das grandes empresas de tecnologia, conhecidas também como big techs.
No Reino Unido, a Autoridade de Concorrência e Mercados propôs um código de conduta, com valor jurídico, e recomendou que uma nova unidade de mercados digitais recebesse o poder de impor penas significativas.
O setor de tecnologia também está atento à postura do presidente eleito dos EUA, Joe Biden, sobre o assunto.
O democrata já se mostrou extremamente crítico às grandes empresas de tecnologia, em particular o Facebook.
Em uma entrevista ao jornal New York Times, ele defendeu a revogação de uma peça-chave da legislação que protege as empresas de redes sociais. A seção 230 diz que as companhias não são as principais responsáveis pelo conteúdo ilegal ou ofensivo postado por seus usuários.
As big techs, em particular Amazon, Google e Facebook, são questionadas também em relação à concorrência — ou a falta dela. O Google já está sob pressão neste ponto: em outubro, o governo americano entrou com uma ação acusando-o de violar a lei da concorrência para preservar seu monopólio sobre pesquisas na Internet e publicidade online.
As empresas costumam se defender deste tipo de acusação afirmando que operam em setores competitivos e fornecem serviços que só podem ser fornecidos por empresas muito grandes como elas.
Nos EUA, há também uma crescente mobilização para a regulamentação de uma política nacional sobre a privacidade de dados — como uma legislação já em voga na Califórnia.
Nas últimas semanas de 2020, o tempo parece ter fechado no Vale do Silício, região da Califórnia que abriga grandes nomes da tecnologia como Google, Facebook e Apple.
No início de dezembro, reguladores federais dos EUA e mais de 45 promotores estaduais abriram um processo contra o Facebook, acusando a empresa de adotar medidas ilegais para comprar rivais e sufocar a concorrência.
Também em dezembro, a Comissão Europeia apresentou as propostas da Lei de Serviços Digitais e da Lei de Mercados Digitais — projetos de lei que reformulariam completamente a regulação das grandes empresas de tecnologia, conhecidas também como big techs.
No Reino Unido, a Autoridade de Concorrência e Mercados propôs um código de conduta, com valor jurídico, e recomendou que uma nova unidade de mercados digitais recebesse o poder de impor penas significativas.
O setor de tecnologia também está atento à postura do presidente eleito dos EUA, Joe Biden, sobre o assunto.
O democrata já se mostrou extremamente crítico às grandes empresas de tecnologia, em particular o Facebook.
Em uma entrevista ao jornal New York Times, ele defendeu a revogação de uma peça-chave da legislação que protege as empresas de redes sociais. A seção 230 diz que as companhias não são as principais responsáveis pelo conteúdo ilegal ou ofensivo postado por seus usuários.
As big techs, em particular Amazon, Google e Facebook, são questionadas também em relação à concorrência — ou a falta dela. O Google já está sob pressão neste ponto: em outubro, o governo americano entrou com uma ação acusando-o de violar a lei da concorrência para preservar seu monopólio sobre pesquisas na Internet e publicidade online.
As empresas costumam se defender deste tipo de acusação afirmando que operam em setores competitivos e fornecem serviços que só podem ser fornecidos por empresas muito grandes como elas.
Nos EUA, há também uma crescente mobilização para a regulamentação de uma política nacional sobre a privacidade de dados — como uma legislação já em voga na Califórnia.
fONTE: g1